terça-feira, 4 de março de 2008

Garçom, tem um terrorista na minha sopa!

Pois é. Como nada mais é surpresa neste bélico mundo do século XXI, nossos vizinhos amazônicos andam às turras. Parece que o presidente colombiano Álvaro Uribe está se tornando uma espécie de Tony Blair latino. Já senta, dá a patinha e finge de morto, magistralmente adestrado pelos falcões do Bushinho. Depois de repetir como papagaio a ladainha estadunidense, resolveu agir como seus patrocinadores, invadindo território equatoriano. A justificativa já estava na ponta da língua: "guerra ao terrorismo"! Lendo a cobertura (acobertura?) da imprensa, parece absolutamente normal que um país simplesmente invada o outro. Soberania nacional é apenas um detalhe... O enfoque recorrente na maioria dos textos é o êxito das ações. Pouquíssimas linhas sobre o perigoso precedente aberto pelo exército colombiano, que como todos nós sabemos, há muito tempo é literalmente bombado por grande quantidade de verdinhas. Aliás, Bushinho não tardou em "agradecer" Uribe por sua ação "forte" no combate aos terroristas. O mais estranho é que a investida contra as FARC (uma das várias e abomináveis milícias colombianas) se dá justamente no período em que vislumbrava-se alguma luz nesta história obscura. Concordando-se ou não com esta perspectiva, pela primeira vez víamos alguns reféns serem libertados, com o presidente/mico de circo venezuelano Hugo Chavez se destacando como interlocutor. Alguns dos reféns libertados inclusive afirmaram que a ação de Chavez era válida e deveria continuar. Parece que esta imagem positiva do presidente venezuelano nos noticiários não agradou o pessoal lá do norte. E tome movimentação militar nas fronteiras. O Equador, mais do que corretamente, exige providências na OEA. Se a moda pega, a Venezuela é a bola da vez, e Chavez terá orgasmos múltiplos. E a Colômbia? Bem, continua de quatro, esperando que entrem mais dólares. Está fazendo direitinho a lição. Já alardea aos quatro ventos que o Equador "dá abrigo a terroristas" e que Chaves "financia o terrorismo". Talvez seja na densa floresta amazônica que finalmente encontraremos Osama Bin Laden e as armas de destruição em massa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa tarde, Ricardo. Vimos o comentário no Consciência.Net e gostaríamos de publicar como "Ensaio do Leitor", em Opinião. Se puder, re-envie para pauta@consciencia.net

Forte abraço, Gustavo (co-editor)